28. Teatrinho Conjugal
“Ettore Bianchi”
As portas da sala de reuniões se fecham atrás de mim, e todos os olhares se voltam na minha direção.
O conselho está completo hoje — uma coincidência conveniente para quem quer questionar minhas decisões recentes.
Giorgio Ricci, sentado à direita de onde meu pai costumava ficar, tamborila os dedos sobre a mesa de madeira polida. Seu olhar de desaprovação é tão sutil quanto um martelo.
— Bom dia, Sr. Bianchi — meu tio Alessandro me cumprimenta. — Estávamos analisando os números das últimas semanas. Impressionantes, devo dizer.
Ocupo meu lugar na cabeceira da mesa, abro minha pasta e encaro cada um deles com calma.
— Os números são aceitáveis, mas continuam longe do que podemos alcançar — respondo, mantendo o tom neutro.
— Concordo plenamente — Giorgio intervém, inclinando-se para frente. — Principalmente considerando suas recentes… contratações.
Ah… Então é sobre isso.
— Se está se referindo à minha esposa e à assistente dela, sim, elas se juntaram hoje ao dep