178. O Lobo Mau e o Chapeuzinho Vermelho
Quando o carro de Lorenzo para em frente à casa do tio Alessandro, percebo imediatamente que há movimento demais para um domingo de manhã.
Meu pai está na varanda, falando ao telefone com uma expressão tensa. Minha mãe caminha de um lado para o outro no jardim.
Pelo menos o restante está sentado nos degraus, conversando normalmente.
— Droga — murmuro, me afundando no banco do carro. — Eles estão preocupados.
— É o mínimo, não acha? — Lorenzo responde, desligando o motor. — Você sumiu a noite toda sem avisar nada.
— Não sumi. Pietro sabe que fui embora com você.
— Saber que você foi embora comigo e saber que passou a noite na minha casa são coisas bem diferentes, Aurora.
Ele tem razão. E isso me irrita.
No segundo em que saio do carro, minha mãe vira na minha direção e corre até mim.
— Aurora! — ela grita, me envolvendo num abraço apertado. — Grazie a Dio, você está bem!
— Claro que estou bem, mamma — respondo, retribuindo o abraço. — Por que não estaria?
— Porque você desap