NATÁLIA
Olhando para o meu reflexo no espelho, eu suspirei. Usava um fascinante vestido de mikado de seda, de tom âmbar, com um decote geométrico bordado com strass e cristais. O pescoço estava envolto por um imponente laço, assimetricamente cortado nas extremidades na altura dos seios, que abraçava o meu corpo em todas as curvas, restringindo meus movimentos.
Quando Ricardo disse que me iniciaria como sua Luna oficial, ele não estava brincando. Percebi isso pela manhã, quando ele preparou tudo em questão de horas e pediu que eu me arrumasse.
Ainda sentia vibrações negativas a partir de toda aquela situação, e eu não sabia bem o que sentir. O fato de Ricardo ter convocado todos os híbridos que conhecia para que os Originais aprovassem a lei logo após a cerimônia naquele dia me deixava ainda mais inquieta.
O mais perturbador era constatar que Evangélica não era o anjo que eu imaginava. Ela também parou de me visitar nos sonhos, assim como Abraão havia desaparecido. Quase parecia que tud