“Patrício”Eu passei a manhã inteira pensando no que eu deveria fazer e eu sabia que o melhor seria deixar a Virgínia se virar com os problemas dela. Mas eu não conseguia deixar de pensar que havia algo errado e decidi descobrir o que tinha acontecido. Liguei para um investigador, o mesmo que o Alessandro havia contratado anos antes para procurar a garota do baile, que no final das contas era a Catarina, e pedi que ele descobrisse o que a Virgínia andou fazendo desde que foi embora.Depois eu fiquei pensando que a Lisandra talvez não estivesse lidando tão bem assim com tudo isso, ela não entrou em minha sala a manhã inteira e eu estava desconfiado que ela ficou chateada comigo por eu ter me preocupado com a Virgínia. Eu fui sincero com ela, eu me preocupei com a Virgínia como teria me preocupado com qualquer um que eu conhecesse, não havia porque ela se chatear.Já tinha passado muito da hora do almoço quando eu saí dos meus pensamentos e isso estava estranho, a Lisandra sequer me cha
“Patrício”Eu estava encarando o meu pai. Ele estava muito zangado comigo. Mas eu agora também estava muito zangado comigo. Eu me deixei levar por questões que não me dizem respeito há muito tempo. A Virgínia não é mais um problema meu. E eu não me coloquei no lugar da Lisandra, simplesmente parti do pressuposto que se havia falado com ela estava tudo bem, mas eu sequer perguntei como ela se sentia em ralação a isso.- Pai, eu não sei como eu vou corrigir isso, mas eu vou. Só que eu preciso saber onde ela está. – Eu estava me dando conta do quanto eu fui insensível e que eu poderia ter perdido a Lisandra por causa de uma coisa que não significava nada pra mim.- O que o Flávio te disse? – Meu pai se sentou e perguntou.- Nada, apenas que passa na minha casa hoje à noite.- Então você vai esperá-lo na sua casa esta noite. – Meu pai respondeu e eu soube que ele não ia me dizer nada. – Mas vou te dizer uma coisa, tudo o que ele te disser vai ser pouco perto do que a sua mãe vai dizer.Ai
“Lisandra”Eu já estava me sentindo melhor, mas ainda aguardava os resultados dos exames no hospital. O Flávio estava sentado ao meu lado, ele quis saber o que tinha acontecido e porque o Patrício não estava comigo. Eu estava tão sobrecarregada que acabei me abrindo com o meu irmão e contei tudo pra ele, mas eu não devia ter feito isso, porque ele ficou furioso. Eu percebia toda a sua tensão e já estava ficando ainda mais nervosa também. E eu já estava impaciente ali naquela maca quando o Vinícius entrou na sala de atendimento.- Boas notícias, Lisa, os resultados dos seus exames saíram. – O Vinícius entrou com aquele jeito amigável e alegre.- Que bom, porque eu já quero ir embora. – Eu respondi.- Não sei porque ninguém gosta de hospital? – O Vini brincou e eu ri. – Vamos lá, moça, deixa eu ver se te libero ou se te interno.- Internar? É grave, Vini? – O Flávio deu um pulo da cadeira.- Não, não é não. – O Vinícius sorriu para o meu irmão. – Foi só uma brincadeira, Flávio. Mas, Lis
“Patrício”Eu estava diante do pai e dos irmãos da Lisandra sem saber como me desculpar, porque eu percebi que havia errado muito com ela e não sabia nem como começar a me redimir. De qualquer forma, o melhor seria começar sendo sincero e contado o que tinha acontecido.- Patrício, entra. Todos nós estamos agitados. Vamos conversar. – Estranhamente o Sr. Moreno parecia ser o único que estava disposto a me ouvir.- Pai... – O Flávio queria reclamar, ele estava muito irritado comigo e ele tinha razão.- Atire a primeira pedra se você nunca errou, Flávio. – O Sr. Moreno encarou os dois filhos e eles bufaram. Claro que os dois já haviam errado muito, quem nunca?- Entra, palerma! Mas eu ainda quero arrebentar a sua cara. – O Flávio parecia uma criança zangada.Entramos e, ali na sala, estavam a mãe da Lisandra, os meus pais e a Paula, esposa do Raul. E a minha mãe não perdeu tempo, veio ao meu encontro e me pegou pela orelha, me arrastando até um sofá e me jogando nele enquanto falava.-
“Melissa”Eu já estava no aeroporto esperando o Levy. Felizmente vôo dele não atrasaria. Conforme ele me pediu, eu não havia contado a ninguém sobre a sua chegada, ele queria focar unicamente na irmã e se os amigos soubessem da sua chegada ele não teria como evitá-los. Logo foi informada a chegada do vôo que eu aguardava e não demorou para que eu visse quem eu fui esperar, mas para minha surpresa ele não estava sozinho. Eu conhecia aquele moreno alto com ele.- Melissa! Há quanto tempo! – Levy se aproximou e me envolveu em um abraço apertado.- Levy, é bom ver você de novo! – Retribuí o carinho. O Levy era uma pessoa realmente boa, daquelas que passam a vida fazendo o bem e que não pensam só em si mesmas. – Mas e você, Luciano? Por essa eu não esperava! Ainda morrendo de amores por ela?- Ah, Mel, você sabe, tem amores que são pra vida toda! Não importa o que aconteça. – O Luciano me abraçou e eu percebi a tristeza nos olhos dele.O Luciano era como o Levy, um cara bom e fiel aos amig
“Levy”Desde o momento em que recebi a ligação da Melissa eu pude respirar aliviado. Sabendo onde a minha irmã estava eu poderia ir resgatá-la. Eu tinha que conseguir colocar um pouco de lucidez na cabeça dela. Mas, no momento em que a Melissa parou na frente do hotel eu fiquei nervoso, eu não sabia o que iria encontrar, só podia torcer para conseguir levar a minha irmã de volta.Nos dirigimos à recepção e informamos que queríamos falar com a hóspede, mas a recepcionista, após tentar, disse que ninguém atendeu, mas se desmanchando em atenção ela acabou dizendo que era estranho, pois a minha irmã não havia saído do hotel e ela tinha certeza porque uma ruiva é fácil de notar.- Querida, será que nós não podemos subir? Eu gostaria de surpreendê-la e ela deve estar dormindo. – Pedi com jeitinho e jogando um certo charme para a recepcionista.- Eu não posso permitir sem autorização do hóspede, isso pode dar problema. – A recepcionista respondeu receosa.- Não vai dar problema, é minha irmã
“Melissa”Eu saí daquele hotel chateada. Era tão difícil ver uma pessoa que havia se perdido tentar juntar os cacos do que foi! A Virgínia teria um longo caminho pela frente, ainda bem que ela tinha um irmão como o Levy, disposto a resgatá-la e alguém como o Luciano, que atravessaria o fogo do inferno por ela. Eu esperava que ela percebesse isso e deixasse que eles se aproximassem. Eu estava disposta a ajudá-la, por isso eu saí dali e fui atrás do Rick.- Mestra! Que bons ventos te trazem por aqui? – Manu se levantou da sua cadeira para me receber.- Os ventos da verdade, chaveirinho! – Eu dei um abraço bem apertado na minha amiga.- Ih! Isso não parece bom. – Ela falou e me indicou uma cadeira.- É, não é a melhor coisa do mundo, mas vocês me pediram pra investigar uma coisa... – Respondi.- E você já sabe? – Manu perguntou ansiosa.- Ai, Manu, eu já sei. Mas vou te dizer, isso me chateou um bocado. É difícil ver uma pessoa que a gente já considerou amiga se destruir. – Eu estava com
“Rick”Eu saí do escritório depressa, finalmente alguém poderia me dizer o que tinha acontecido com o meu casamento, porque, de repente, a Taís resolveu me deixar, sem dizer nada, sem nenhuma consideração. Na verdade, bem no fundo da minha mente eu tinha um palpite, só não queria acreditar nele, mas tudo levava a crer que a Taís tivesse ido embora por causa de outro homem, principalmente depois que a Mel disse que eu não iria gostar do que iria descobrir.Mas era melhor saber a verdade logo, talvez encarar a verdade me desse a coragem que eu precisava para seguir em frente, porque eu sabia que não tinha mais volta, a Taís não voltaria pra mim e nem eu queria isso, todo o amor que eu senti por ela um dia já tinha se transformado em decepção.Finalmente eu saberia a verdade! E, quanto mais eu me aproximava da Virgínia, mais meu coração acelerava, eu cheguei a sentir uma leve dor, como se ele estivesse batendo rápido demais e forte demais dentro do meu peito.No hotel, a recepcionista di