Sim, eu aceitei assinar aquele contrato. Não tinha outra escolha! O quão ruim ainda poderia acontecer? Minha vida já está uma merda. O que vier agora de melhor é lucro, mas do que estou reclamando? Vou me casar com Matthew Dawson, um CEO e solteiro mais cobiçado do momento. Conviver com ele todos os dias será um colírio para meus olhos. Quero esquecer meu passado. Não vai ser fácil. Como esquecer o que fizeram comigo? Foco, Aria! Você é uma nova mulher agora. A velha Aria se foi e ai de quem querer me machucar agora. “Sou a mulher que eles querem ter na cama, mas não na liderança.”
Leer más— Se continuar esfregando o balcão desse jeito acabará fazendo ele sumir.
Eu paro de esfregar e olho para Valéria.
— Se eu não esfregar o balcão desse jeito, ele nunca vai ficar limpo.
Ela começa a secar os pratos.
— Deveria gastar suas energias em outras coisas.
— Tipo o quê? Lavar os banheiros? A cozinha? Daqui a pouco chego lá. — Debocho.
— Sabe o que estou falando, Aria.
Olhei para ela e suspiro.
— Não começaremos com isso de novo.
Valéria próxima de mim e sorrir.
— Essa cidade não te merece. Você é inteligente demais para se afundar nesse restaurante.
Olho ao redor. Falta pouco para às sete da noite. A área do restaurante está quase cheia. Hoje estou no bar. Não é um restaurante de cinco estrelas, mas é o melhor da cidade. Salamanca, menos de seis mil habitantes. E só preciso de uma oportunidade para ir embora. Oportunidade que nunca chega.
— As coisas não estão muito favoráveis para meu lado, Valéria.
— Sei que tem suas economias. - Ela ergue uma sobrancelha. - Pode não ser o bastante para viver na cidade grande, mas sei que chegando lá dará um jeito.
— Você confia demais em mim. - Volto a esfregar o balcão.
— E você deveria fazer o mesmo.
Ela fez um carinho no meu ombro. Voltamos ao trabalho sem tocar mais nesse assunto ou qualquer outro. Sexta a noite o bar tem costume de encher, então me preparo para a noite longa. A parte chata é ter que lidar com os bêbados. Sempre tem um chato. Entrego bebidas para um casal sentado no balcão e recolho os copos de outros.
— Com licença?
Deixo os copos na pia e me viro. Olho intrigada para o homem à minha frente. Não dá para ver muito seu rosto devido ao boné, mas pelas suas roupas de grifes ele não é daqui. Claro que ninguém dessa cidade fosse notar a diferença.
— Por acaso está foragido? Porque escolheu Salamanca para se esconder, não foi muito inteligente. - Me aproximo colocando as mãos na cintura. - Suas roupas chamam muita atenção.
Ele sorriu me olhando de cima a baixo. Ele tem um sorriso bonito. Olho ele com mais atenção, eu sinto que conheço ele de algum lugar.
— Você tem um olhar bom. - Sua voz é grave e baixa. Ele continua me olhando. - Mas ainda assim eu poderia ser um turista.
Apoio minha mão no balcão. Mesmo não podendo ver seu rosto direito, eu sentia seu olhar em mim.
— Você com certeza tem bom gosto. - Faço um sinal com a mão mostrando o lugar. - E não escolheria esse lugar.
Ele tem postura. Costas retas, poucos movimentos, fala o necessário, observado… Aqui o povo fala pelos cotovelos. Ele olha ao redor.
— Não é tão ruim assim. Claro que já estive em lugares melhores.
— É de Nova York? - Não contenho minha curiosidade.
— Sim, Upper East Side.
Olho para ele erguendo uma sobrancelha. Upper East Side? Sério? Esse homem mora em um bairro grande de Nova York que ocupa o lado leste do Central Park. É um bairro caro e luxuoso. Nego com a cabeça, deixando esse assunto para lá.
— Quer beber o quê?
Ele deita a cabeça de lado dando um sorriso sarcástico.
— Já perdeu o interesse por mim?
Ele abre um sorriso mostrando seus dentes brancos e perfeito estado. Eu me perco em seu sorriso, ao contrário de antes que seu sorriso foi mais contido. Passo a minha língua pelo dente como se quisesse ganhar tempo. Quem é esse homem? Antes que eu pudesse falar, um homem bêbado aparece batendo com força o copo no balcão.
— Quero mais cerveja! – Exigiu.
— Senhor, Fuller, por favor tenha calma… - Eu peço.
— Cala boca, vadia e pega mais cerveja para mim.
Calma, Aria. Calma, Aria. Eu pego seu copo e cheio de cerveja.
— Aqui. - Entrego para ele.
— Você deveria ter mais respeito com as mulheres. - Olho para o homem misterioso. - E não é assim que se trata uma. Aposto que se for gentil, ela retribui.
Senhor Fuller rir.
— E quem você pensa que é? - Fuller dá uns passos para trás. Ele está muito bêbado. - Falo do jeito que eu quiser. Quer brigar? Vem!
O homem misterioso começa a levantar. Dou a volta no balcão o mais rápido possível.
— Por favor, não. - Coloco a mão contra seu peito impedindo que ele dê mais um passo. Olho para ele. Sinto que conheço ele. - Agradeço por me defender, mas não vale a pena.
Eu realmente agradeço. Não me lembro quando foi a última vez que me defenderam, principalmente um homem. Sou o saco de pancadas nessa cidade há tanto tempo. Ouvi a risada grossa e alta do Fuller e ele saiu, não antes de me xingar de vadia novamente.
Uma briga não ajuda em nada é bem capaz de ser despedida.
— Eu quebraria a cara dele sem esforço algum.
Noto que ainda estou com a mão no seu peito. Dou um passo para trás, segurando minha mão contra meu corpo.
— Tenho certeza disso. Sou Aria Barnes. - Estendo minha mão.
Ele aperta.
— Dylan.
Olho bem para ele.
— Esse não é seu nome, não é?
— Não.
Rimos. Por que estou rindo para um desconhecido? Ele pode ser muito bem um maníaco, psicopata ou até mesmo um assassino. Mas me defendeu sem ao menos me conhecer. Talvez seja o plano dele conquistar e depois matar, faço um gesto com a cabeça afastando esse pensamento.
— Não estou aqui para te machucar, mas não sei como reagiria se souber meu nome agora.
— E por que pensa que quero saber depois?
Seu sorriso aumenta.
— Porque posso ser seu passaporte para longe daqui.
[…]
Faz dois dias que eu não vejo o homem misterioso do bar. Ele deixou um cartão, mas é óbvio que não liguei. Minha vida já está bem ruim do jeito que está, eu não quero ser traficada ou algo do tipo. Vou até minha cômoda e abro a última gaveta, as afastando de algumas roupas e não acho a minha caixinha. Procuro de novo. Olho nas outras gavetas. Não. Por favor, não. Saio do meu quarto. Nas escadas grito minha mãe, ela sai da cozinha.
— Você esteve no meu quarto?
Ela me olha nervosa e depois olha para meu pai.
— Fui eu que peguei. - Ele não se dá ao trabalho de olhar para mim. - Não deveria estar escondendo dinheiro.
— Aquele dinheiro era meu!
Começo a sentir as lágrimas. Ele não podia ter pegado.
— Nosso! - Ele dá mais um trago naquele maldito cigarro.
— Eu já ajudo em casa. - Não escondo a raiva que estou sentindo. - Aquele dinheiro era meu. Você não tem direito nenhum de entrar no meu quarto e mexer nas minhas coisas.
Ele riu.
— Vai estressar outra pessoa. Você está na minha casa! Minha casa, minhas regras.
Vou em sua direção, mas minha mãe segura meu braço.
— Não faça isso.
Olho para ela com mais raiva.
— Ele não presta. Você acredita em uma mudança que não acontecerá.
— Cala boca! - Meu pai grita e vem até a mim. - Você não é nada aqui. - Caio no chão com o impacto do tapa que ele me deu. - Corey sim, é bom filho, você… você é um verme que envergonha nossa família. - Ele chutou minha barriga.
Coloco minha mão contra a barriga, implorando mentalmente para essa dor passar. Olho para minha mãe.
— Até quando? Você deveria estar do meu lado. - Enxugo minhas lágrimas.
— Volta para seu quarto garota e não me estressa mais. - Ele falou voltando a sentar na sua poltrona.
Não ousei olhar para minha mãe novamente. Não adiantaria nada. Com dificuldade volto para meu quarto e fecho a porta na chave. Fecho meus olhos com força e respiro fundo.
Capítulo 68Dois dias, eu tive apenas dois dias de lua de mel. Matthew mudou completamente e pediu que a gente voltasse após dizer que faz um tempo que não tomo o anticoncepcional. Ele se calou completamente. A viagem de volta aproveitei para dormi, Matthew não estava a fim de conversa e estava muito aéreo. Deixei o sono tomar conta.– Aria, acorde. – Ouvia a voz de Matthew ao longe.Bocejei e me espreguicei, abrindo os olhos lentamente.– Já chegamos?– Sim, o carro está a nossa espera. – Ele me ajudou a levantar.– Por que você estava com tanta pressa? – Resmunguei me levantando.Matthew não me respondeu. Essa mudança de humor estava me deixando estressada. Resolvi não falar mais nada com ele e me levantei, Matthew digitava alguma coisa na celular enquanto saímos do jatinho indo para o carro.– Alguém está sabendo da nossa volta? – Puxei assunto ao ver que Matthew não largava aquele celular.– Martin. O carro ganhou movimento pelas ruas de Nova York. Matthew não estava disposto a c
Matthew caminhava pelo quarto em uma ligação com a sua mãe que queria saber como estávamos. Deitei na cama com os braços esticados e olhando para o teto, contei ao Matthew que Colin é o meu irmão e todo o meu apetite foi embora. Até mesmo a minha animação por está em Veneza passou.– Ok. Me conta tudo agora. – Ainda deitado olhei para Matthew que colocou o celular em cima da mesa e veio até mim. – Que história é essa do Colin ser seu irmão?Matthew segurou minhas mãos e contra a minha vontade me fez sentar.– Sei que tem "Smith" no sobrenome, mas parece que simplesmente todos daquela cidade, resolveram esquecer de mencionar que você tem um irmão. – Matthew colocou as mãos na cintura. – São pessoas que adoram conversar, e quando perguntei sobre você, só souberam dizer coisas ruins. E informações óbvias sobre a sua família.Matthew ainda está absorvendo a ideia de ter um cunhado, mal ele sabe que eu amaria que continuasse do jeito que estava sem a presença do Colin.– Essa conversa não
Veneza. Estou passando a lua de mel em Veneza! Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar vir para esse lugar. Matthew precisava apressar os passos para conseguir me alcançar. Eu olhava tudo com curiosidade e tentava me comunicar em italiano, Matthew que é fluente na língua precisava me ajudar sempre.– Aria! – Matthew segurou em minha mão. – Vou ter que colocar uma coleira em você?Ri, entrelaçando nossos dedos e deitar na minha cabeça em seu braço conforme andávamos pelas ruas de Veneza.– Cada esquina. – Olhei para os estabelecimentos. – Ponte e ruela… – Suspirei. Olhei para Matthew. – Você consegue sentir esse clima?Matthew negou com a cabeça com sorriso no rosto.– Não é atoa que é considerada a cidade do amor. – Senti um leve deboche em sua voz.– E com toda certeza não foi você que escolheu a nossa viagem.– Ei! – Ele falou de andar.Ergui uma sobrancelha e esperei o que fosse sair daquela boca maravilhosa.– Foi uma das opções dadas a mim. – Matthew olhou ao redor. – E por
– Enfim casados. – Matthew diz enquanto dançamos conforme a melodia da música. Um tom agradável de jazz, escolha da Olícia. – É, como está se sentindo CEO? Matthew me rodou, logo juntando nossos corpos novamente. Eu bebi pouco, mas sentia minha cabeça doer um pouco. Toda a confusão em preparar o casamento acabou e infelizmente senti todo o cansaço. Agora eu poderia aproveitar a festa e ainda, sim, ficava atenta para qualquer caso precisa resolver alguma coisa. Nesse tempo eu pensei muito em Matthew com a vida de CEO de uma empresa com tanto sucesso. Ele precisa pensar e resolver tudo rapidamente. Manter as coisas nos trilhos e mesmo ganhando tanto dinheiro, a vida não fica fácil para ele. A prova é a falta de cuidado com a sua saúde. Eu nem de longe passei e passo pelo o que ele faz, o restaurante requer uma atenção e sim sempre tenho ajuda. Para mim é mais fácil delegar do que Matthew. – Poderia está melhor. – Ele me olhou nos olhos. – Você está linda. Seus fios não estão tão ali
Pela sua reação, Matthew está considerando, sim, aceitar.- Sim, Matthew. - Lauren falou sorrindo. - É desse vinho que estamos falando e foi a gente que comprou.Os olhos de Matthew parecia brilhar de emoção.- Muito obrigado, mas a gente vai recusar. - Avisei.- Por que vamos recusar? - Matthew estava abismado.Ignorei Matthew.- E muito menos a casa, Ian. - Falei olhando para o belo loiro à minha frente. - São presentes caros demais dos quais a gente não precisa.- Mas eles s
Ian estava belíssimo. Seu cabelo tão loiro que parece natural, gostaria de ver ele sem o loiro. Com certeza deve continuar lindo. Seu sorriso é contagiante e ele não parava de falar. Lauren puxou Ian quando ele iria começar com seu discurso em pedido de desculpas para mim. Era melhor ouvi ele do que Harry que foi pouco para vir nos cumprimentar.James veio me abraça com Reba e me desejaram parabéns. A maioria das pessoas, como esperado, eu não conhecia. Mantenho o meu sorriso no rosto como se tivesse alguma conexão com essas pessoas, pelo menos conheço uma parte das pessoas que estão no Buffet. A maioria do Buffet foi em parceria com o meu restaurante e assim programaria o marketing em cima.Harry e sua esposa nos parabenizaram pelo casamento. Não fiquei nada feliz de ver Harry, sei que estaria presente, mas é uma pessoa que se pudesse teria excluído da lista. Hoje puder reencontrar aqueles riquenhos chatos que conviver desde que estou com Matthew.- Deu um grande passo hoje, Matthew.
Último capítulo