Capítulo oitenta e oito

PONTO DE VISTA DE ELISE

Trent me conduziu até o carro que estava estacionado em frente ao hotel.

Suas mãos ainda firmes nas minhas, mesmo depois de tudo.

Mesmo depois de ver o sangue. Mesmo depois de ouvir as palavras que eu disse.

Ele não recuou.

Eu coloquei meu vestido de volta, com os dedos trêmulos, tentando me recompor, mas não havia como esconder a bagunça por dentro. O gosto amargo na boca, o peso no peito. O que eu tinha feito... quem eu estava me tornando...

Assim que a porta do carro foi aberta, hesitei por um segundo, mas então entrei e fui direto para o banco de trás.

Eu não queria proximidade.

Não ainda.

Não quando ainda sentia o cheiro do sangue grudado em mim. Quando meus pensamentos estavam embaralhados demais para formar qualquer frase coerente.

Porque a verdade era que... eu estava diferente.

Não só por dentro, mas por inteiro.

E ainda havia o bebê.

Nosso bebê.

A criança que ele nem sabia que existia.

A verdade pulsava como um tambor no meu peito, me fazendo engolir
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