PONTO DE VISTA DE ELISE
Trent me conduziu até o carro que estava estacionado em frente ao hotel.
Suas mãos ainda firmes nas minhas, mesmo depois de tudo.
Mesmo depois de ver o sangue. Mesmo depois de ouvir as palavras que eu disse.
Ele não recuou.
Eu coloquei meu vestido de volta, com os dedos trêmulos, tentando me recompor, mas não havia como esconder a bagunça por dentro. O gosto amargo na boca, o peso no peito. O que eu tinha feito... quem eu estava me tornando...
Assim que a porta do carro foi aberta, hesitei por um segundo, mas então entrei e fui direto para o banco de trás.
Eu não queria proximidade.
Não ainda.
Não quando ainda sentia o cheiro do sangue grudado em mim. Quando meus pensamentos estavam embaralhados demais para formar qualquer frase coerente.
Porque a verdade era que... eu estava diferente.
Não só por dentro, mas por inteiro.
E ainda havia o bebê.
Nosso bebê.
A criança que ele nem sabia que existia.
A verdade pulsava como um tambor no meu peito, me fazendo engolir