Eva
Isso vai ser mais difícil do que imaginei.
Tento mover o ombro, mas o corpo do segurança gigante, que agora sei se chamar Brann, prensa todo o meu lado esquerdo contra o estofado do carro. O espaço é mínimo, sufocante. Olho para o outro homem, Nick, que mexe no celular com as sobrancelhas franzidas. Ele me dá uma distância considerável, mas não me iludo, cada movimento meu está sendo monitorado.
O carro freia um pouco mais bruscamente, e aproveito o balanço para me afastar de Brann o mais discretamente possível. Encosto a cabeça no banco, tentando acalmar os pensamentos. Sair daquele quarto depois de dias foi um alívio, mas a euforia se dissipou rápido quando percebi que já era noite.
O pouco que vi me mostrou uma mansão luxuosa, isolada em meio a uma área florestal densa. Um frio percorre minha espinha.
Eu nem sei se ainda estou no Rio de Janeiro.
Pelo retrovisor, vejo pelo menos três carros saindo conosco, mas uma sensação amarga me preenche ao notar que Anton não está entre nós