Algo estava errado.
Não gritante. Não visível.
Mas presente — como uma brisa quente no meio do inverno, como um silêncio que chega antes da notícia ruim.
Selena sentiu isso logo ao acordar.
Na cozinha, as criadas cochichavam mais do que o normal. Um dos corredores da ala leste estava trancado por “manutenção”, embora ninguém tivesse solicitado. E a biblioteca... estava vazia demais, mesmo nos horários em que os estudiosos mais assíduos costumavam frequentá-la.
Ela cruzou o pátio com passos atentos, sentindo os olhos dos guardiões fixos nela por tempo demais. Olhares duros. Quietos. Quase… calculistas.
Encontrou Eleonora nos jardins. A loba mais velha mexia em ervas, mas a expressão dela não combinava com a tranquilidade da cena.
— O castelo está estranho hoje — disse Selena, sentando ao lado dela.
— O castelo está calado — corrigiu Eleonora. — E castelos calados são como lobos quietos demais: prestes a morder.
Selena concordou com um aceno leve.
— Desde a reunião com os conse