O sol ainda não havia nascido. Mas o dia já parecia acordado.
O castelo respirava tensão. Guardiões se revezavam nas torres. Sussurros corriam pelos corredores como vento em celeiro antigo. E entre tudo isso, Selena se preparava.
Vestiu-se sem ornamentos, apenas com uma túnica escura e firme. O colar com a pedra da lua repousava sobre o peito, agora mais quente que o normal. A lembrança de Kael e Lysa pulsava sob sua pele, como se os nomes deles ecoassem no sangue.
Lá embaixo, no salão central, Darian aguardava.
— Pronta? — ele perguntou, sem rodeios.
— O suficiente para não querer voltar atrás — respondeu ela, descendo os degraus com passos firmes.
Os dois seguiram pelos corredores em silêncio até chegarem ao jardim dos fundos — um espaço de pedra e ervas, esquecido pelos outros, mas onde Darian costumava ir quando precisava pensar.
Ali, longe dos olhos e ouvidos do castelo, Selena parou.
— Darian…
Ele virou-se devagar. Os olhos cinzentos estavam mais calmos do que ela espera