A noite se derramava pelas janelas, tingindo o céu com um azul profundo. Mas ali, dentro daquele quarto, havia outra luz — uma que nascia de olhos entreabertos e esperanças renascidas.
Darian mantinha os olhos abertos há horas. Fraco. Quase imóvel. Mas presente.
Selena não o deixara por um só instante. Desde o primeiro movimento dos cílios dele, desde o leve aperto em seus dedos, ela estava ali. Inteira. Inabalável. E cheia de tudo o que o mundo lá fora jamais compreenderia.
Havia entre eles uma força que não vinha das palavras. Vinha do que sobrevive quando as palavras falham. Do amor que se recusa a morrer, mesmo quando tudo parece perdido.
E então, enfim, sua voz cortou o ar — rouca, baixa, quase um sussurro vindo do fundo da alma.
— ...Selena.
O coração dela parou por um segundo. E depois disparou, como se quisesse correr até ele antes do corpo. Os olhos se encheram. Os lábios tremularam.
Ela se virou com a respiração presa na garganta.
— Eu tô aqui... — respondeu, engasgad