Uma princesa perdida. Sua existência só vem a tona quando seu pai, um rei ambicioso, precisa de uma moeda de troca para oferecer ao reino antigo. Esmen é entregada como noiva do rei anunciado como sanguinário.
Ler mais(Tauron) — Tenho a palavra primeiro agora, já que está hesitando. — O meu rival tinha intenção de me desestabilizar através da mente. "Audacioso." Apertei os dentes com chateação. Podia sentir os olhos dela em mim, provavelmente me julgando, amedrontada pelo seu antigo prometido, pois era possível que ele houvesse falado sobre o acordo entre ele e seu pai. "Mas o que mais ele disse?" — Eu não vou lutar, não na frente dela. Estou apenas me defendendo da morte. — Rupher moveu a espada rapidamente quando fiz movimento de ataque. Ele retrocedeu, interceptando minha espada para não se aproximar do seu peito novamente. Continuei o empurrando para a beira do penhasco. Minha irritação estava no limite, pois não conseguia parar de pensar em como Esmen deveria estar preocupada por ele. — Então falhou nisso também! — sibilei irritado. O ruivo riu, olhando para o pouco espaço que tinha entre nós e sua queda. — Vai se render, lutar ou pular? Talvez com uma dessas opções tenha chance de so
(Esmen) Meu coração parecia estar na palma da mão, pulsando dolorosamente, fora do lugar de origem. Receosa com tudo que via ao meu redor, a distância que havia tomado do castelo desta vez, longe de Ernest e perto de Rupher, a quem Tauron disse por tantas vezes que eu deveria manter distância. Infelizmente, havia algo mais em mim. As palavras de Rupher mergulhavam na minha mente, indo e vindo, me levando a querer comprovar sua veracidade. “Quem eu sou para todos eles?” Encarei, de olhos chorosos, o homem que, há pouco, tentava me convencer da sua verdade. Ele quis me tocar, mas me afastei com rapidez, evitando uma tragédia para mim. Rupher balançou a cabeça em negação; seus cabelos castanhos avermelhados estavam com pequenos flocos de neve. Ele tinha um sorriso decepcionado no rosto, não parecia com receio de Tauron. Parecia frustrado, não mostrando malícia para comigo: “Será que me contou a verdade? Ele não quer me utilizar por vingança, mas por estar destinada a ele desde o i
(Tauron) “Ele retornou?” Observei o pátio do castelo, vendo os quatro cavaleiros correrem para fora. Virei de volta para o escritório, colocando os dedos embaixo do queixo, pensativo. “Onde Esmen está agora?” Esperei a chegada de Ghedal para ser informado sobre o ocorrido, o que não demorou muito. — Sua majestade! — Ele voltou? — Perguntei, enquanto traçava a rota mais rápida para o rei de Vitorian. — Sim, majestade. O viram com a rainha e lady Ernest em alguns minutos. — Ghedal me viu deixar o mapa dos reinos. Coloquei as mãos para trás, encarando-o com postura firme. — No mercado? — Perguntei enquanto o analisava. — Além dele. — Disse hesitante, vendo meu rosto escurecer. — Onde? — A raiva me consumia. “Por que Esmen continua com ele?” Apertei a mandíbula, irritado. Eu já havia lhe avisado para ficar longe dele. — Próximo ao penhasco. — Me viu rodear a mesa, com a mão no cabo da espada. — Como isso aconteceu? — Rosnei próximo dele. Ghedal não se moveu, reconhecendo
(Esmen) Alguns dias se passaram… Rupher continuava visitando o castelo, com menos frequência que das últimas vezes, mas em uma delas, como hoje, ele decidiu que me daria mais atenção que meu marido, o qual não via muito depois da nossa noite juntos. Parecia me evitar, mas poderia estar realmente ocupado. — Posso dizer que nego sua companhia novamente, nobre senhor! — Tentei afastá-lo de novo, como das últimas vezes, pois preferia estar na companhia de meu rei. Um forte sentimento por Tauron se desenvolveu depois da noite juntos, uma necessidade e um apego incomum. Rupher ficou no segundo plano, quase no esquecimento, se assim ele permitisse. Mas lá estava ele, me pressionando a ficar por perto, tentando me cortejar a todo custo. — Isso fere meus sentimentos, minha senhora! — Suas palavras pareciam ter provocado cócegas em Ernest, que sempre me acompanhava. — Eu disse para desistir. Não disse? Senhor raposa. Rupher levantou um canto do lábio em desdém para a loira; ambos tinham
(Esmen) Água, havia muita água. Me impulsionei para cima com desespero, minhas narinas dilataram e eu acabei abrindo a boca e engolindo água, quase me afogando sozinha. Me inclinei sobre a borda da banheira enquanto tossia freneticamente, minha cabeça doía e meus pulmões pareciam estar sendo arrancados, assim como veias cerebrais pulsantes. O quarto teve a minha tosse incessante como som, mesclado a água que caía pela minha pressa de não me afogar, a água ainda estava agitada ao meu redor. Minha garganta doía por cada tosse, não ouvi alguém correndo até mim naquele instante. — Majestade! A loira de olhos gentis agora os tinha preocupados enquanto tentava se aproximar, sem se importar se suas vestes seriam molhadas. — Meu Deus! — Ela me agarrou pelos braços e me ajudou a sair da banheira. Ernest me enrolou em um tecido felpudo me guiando pelos lados até o quarto. — Minha senhora, o que houve? — Ela andou pelo quarto até trazer uma manta e se sentou ao meu lado, muito preocu
(Esmen) Brasas beijavam meu corpo em sincronia com a atenta observação do rei. Suas mãos sobre mim, alisando cada parte possível, e quais acreditei ser impossíveis no meu próprio corpo. Agarrado a necessidade de controle que me fugia cada vez mais, corria os dedos por seu corpo duro. — Vai voltar atrás neste momento? — custou-lhe a pergunta, a rouquidão e a parte mais rochosa do seu corpo naquele momento delataram sua necessidade. Eu me via escorregando em um desejo estranho de tocá-lo e querer sempre mais que tudo aquilo. — Por quê perguntas? — o fitei, mesmo com bochechas quentes por confiar que precisava mesmo do meu marido naquele instante. — Estou sendo benevolente com você, Esmen. E talvez esta seja a única vez que serei. Me afoguei em seus azuis quase brancos por segundos, mas, para mim, foram minutos. — E quando passará a deixar de ser? — Assim que eu começar! “Isso é bom?” Não tinha certeza se ele avisava para me preparar para o depois, relembrando que n
(Esmen) Apertei os dedos em seus ombros, disposta a descontar minhas frustrações a qualquer momento. Entretanto, não era seu plano receber algo em troca de suas palavras, de sua rejeição atroz. Ele agiria de acordo com sua vontade, por isso, quis me afastar e empurrá-lo para longe de mim, mas ele não se moveu. Pelo contrário, apertou-me contra ele e tomou meus lábios. Surpresa com o desenrolar da situação, encontrei seus azuis intensos enquanto ele me forçava a fechar os olhos com seu alucinante beijo firme. A pior maneira de cair em uma armadilha era se jogando nela por conta própria, ciente do perigo e das consequências. Eu estava emaranhada na sua rede de caça, envolta com seus braços capazes de matar qualquer ser vivo que desejasse. Desesperada para me livrar do turbilhão que poderia me matar a qualquer momento. Um jogo perdido para mim e uma batalha ganha para ele. Eu cedi, não vigiei, não conseguia mais vigiar se ele estava ou não de olhos abertos, caí na sua armadilha e a
(Esmen) Meus olhos baixaram para as pétalas azuis, rosas e brancas das flores no meu buquê. “Companheiro. Ele sequer desejou isso?” — Flores bonitas. Onde as arranjou? — Himal apareceu de repente. Ernest colocou a mão livre contra o peito, suas bochechas coraram, mas ela disse com confiança. — Você as quer? Uma raposa astuta encheu o dono da tenda por elas. Sem que eu percebesse, Himal lançou um olhar preocupado na minha direção. Ele provavelmente compartilhava do mesmo pensamento de todos. “O rei não ficará feliz com sua rainha ganhando cortejos de outra pessoa.” Capturei uma pétala para arrancar, sentindo sua maciez, e a puxei. Naquele exato momento, a loira se desculpou sem motivo aparente e as flores sumiram de minha vista. Himal tinha os dois buquês agora e eu tinha apenas a pétala. Procurei Ernest para mostrar meu descontentamento, mas ela apontou com o queixo para frente, de forma sutil, sussurrou: — Sua majestade. O rei está ali. Imediatamente temi que ele houvesse
(Tauron) — Não o vi ainda, estava indo para lá antes de decidir vir aqui. — fiquei decepcionado por meu comandante não saber. — Quem mais está com ela? — A lady Ernest, majestade. — Então vá, e não tarde a me trazer notícias! — o fiz se retirar enquanto tentava ser racional encarando o mapa. “Preciso primeiro conhecer as saídas.” Evitei pensar na mulher de olhos esmeraldas para não seguir atrás de Ghedal e observá-la eu mesmo. “Espero não precisar cortar a cabeça de alguém hoje.” (Esmen) O homem nos acompanhando pelo pequeno mercado perto dos muros do castelo era encantador. Seus cabelos castanhos avermelhados lhe davam uma graça única, seus olhos estreitos eram marcantes com sua íris castanha escura. Nariz reto e lábios estreitos em um rosto fino. Ele sempre andava por baixo de um capuz marrom, mas era extremamente caloroso com todos, e não um estranho que pintei como assustador há alguns dias atrás. Percebendo minha atenção demasiada nele, um sorriso se estendeu por seus