Ouvir tudo aquilo... me desabou. Desabei ali mesmo, na frente dele, sem conseguir segurar. Eu não queria demonstrar fraqueza, não assim, não diante de alguém como Roderick Kaiser, mas era inevitável. A verdade me esmagava por dentro. Eu estava encurralada, sem direção, sem chão. A humilhação queimava meu peito de um jeito que eu não conseguia disfarçar. Era como se o mundo estivesse rindo da minha desgraça. Meus pais, pessoas tão boas, tão trabalhadoras, estavam prestes a perder tudo. A dívida era absurda. Nenhum dos nossos salários juntos — o meu, o do meu pai e o da minha mãe — chegava perto de cobrir nem metade do valor. E o relógio corria, cada segundo uma contagem regressiva cruel. Três semanas. Ou talvez menos. A verdade é que eu não tinha escolha. Por mais que o meu orgulho gritasse, ele não podia pagar aquela dívida. Por mais que o meu coração recusasse, ele não podia sustentar a minha esperança. Eu precisava aceitar. E aceitar significava vender uma parte de mim.
Li cada linh