— Sra. Carolina, por favor! — O médico abriu a porta com deferência.
O ar pareceu sumir dos pulmões de Carolina.
Seu corpo travou.
Os pés recusavam-se a avançar, e ela permaneceu parada no batente, olhando fixamente para dentro do quarto.
No centro, erguia-se uma cama ampla, branca, quase solene.
Da posição em que estava, podia distinguir a silhueta de alguém deitado, tênue como um sopro.
Não precisava ver claramente para saber. Era ela.
Era Fernanda.
Sete anos.
Sete longos anos sem sequer um vislumbre.
E agora, tão perto... Carolina sentia o coração falhar, como se a própria coragem lhe escapasse.
“Do que estou com medo?”
Perguntou a si mesma, mas não encontrou resposta.
O médico esperava em silêncio. Não a apressava, não insistia, sua postura era paciente, quase compassiva.
Um minuto inteiro se passou antes que Carolina inspirasse fundo, buscando forças.
Ainda assim, não deu o passo de imediato. Voltou-se ao médico e, num fio de voz, perguntou:
— Preciso tomar algum cuidado?
— Não,