Quando entro no apartamento, sou surpreendida com a presença de Dante. Pela primeira vez em dias, ele não está fingindo que sou parte da mobília ou dos empregados.
Dante está olhando diretamente para mim com uma expressão assassina.
Ele sabe. Penso.
— Você voltou cedo hoje — tento disfarçar depois de alguns segundos atônita. Fecho a porta e deixo minhas coisas no aparador, pensando em como respirar sem ter um ataque de pânico.
— Pois é — ele diz. — Achei que você estaria em casa, onde estava?
— Fui ver meu pai — minto sem exitar. Meu estômago embrulha. Tenho mentido muito, para Dante ultimamente e ele está tão distante que achei que nunca fosse perceber.
— É mesmo? — ele pergunta surpreso, deixando claro que não acredita em mim. — Como ele está?
— Bem — dou de ombros.
Ainda não tive coragem de ver meu pai. Trocamos mensagens polidas de atualização, mas com tudo o que está acontecendo, me sinto envergonhada de minhas decisões e não estou disposta a ouvir um “eu te avisei".
Dante cruza