O controle vibra nas minhas mãos quando tomo um gol, mas minha atenção não está mais na tela. O som da chave girando na fechadura me faz pausar a partida e, antes mesmo de Bella entrar, já sei que tem algo errado.
Acho que algumas coisas nunca mudam, por mais que a gente mude. Toda a intimidade que desenvolvemos anos atrás não pode ser simplesmente apagada ou modificada. Parte dela ainda pulsa e guia meus instintos.
Ela fecha a porta devagar, parece nem perceber que estou ali. Noto seus ombros tensos, a respiração pesada e espero ela virar só para confirmar que seu rosto está vermelho e inchado.
Largo o controle na mesa e atravesso a sala em poucos passos.
— Ei, Bella?