O silêncio que se seguiu ao beijo foi ensurdecedor.
Leonardo afastou-se devagar, como quem percebe, no instante seguinte, que talvez tenha ultrapassado uma linha que nunca deveria ser cruzada. Seus olhos, antes carregados de desejo, agora exibiam um misto de surpresa, tensão e… receio.
Isabela levou a mão aos lábios, como se tentasse apagar o fogo que eles ainda queimavam. Seu peito subia e descia de forma descompassada, lutando contra a avalanche de emoções que ameaçava transbordar.
Por alguns segundos, eles apenas se olharam. Sem palavras. Sem ar.
Até que, finalmente, ela quebrou o encanto.
— Isso… isso não deveria ter acontecido. — A voz saiu trêmula, mais frágil do que ela gostaria.
Leonardo desviou o olhar, passando a mão pelos cabelos, visivelmente irritado — consigo mesmo, mais do que com ela.
— Eu sei.
Ela cruzou os braços, numa tentativa quase patética de se proteger de si mesma.
— Isso aqui é um contrato. Um acordo. Você deixou isso claro desde o início.
Ele respirou fundo,