O jantar naquela noite foi uma das experiências mais desconfortavelmente intensas da vida de Isabela. Beatriz conversava, fazia perguntas triviais, falava sobre negócios da família Vasconcellos... mas tudo parecia um som distante. Sua atenção, sua pele, seus sentidos... estavam completamente conscientes da presença de Leonardo.
E ele não facilitava.
A cada vez que cruzavam olhares, era como se um fio elétrico passasse entre os dois, acendendo algo impossível de ignorar. O toque dos dedos dele, quando acidentalmente encostavam, parecia queimar. O modo como a voz dele arrastava seu nome... era o suficiente para fazer seu corpo inteiro se arrepiar.
Quando Beatriz se despediu, deixando-os sozinhos na sala, o silêncio se instalou novamente — denso, pesado, carregado de tudo o que não foi dito.
Isabela se levantou, pegando sua taça de vinho, fingindo naturalidade.
— Eu... acho que vou subir.
Leonardo cruzou os braços, recostado na parede, olhando-a como se quisesse despir cada camada dela —