A névoa pairava densa naquela manhã, tornando as ruas da cidade ainda mais claustrofóbicas. Elise sentia um peso nos ombros que não vinha apenas da perseguição incessante dos guardas, mas também das dúvidas que martelavam sua mente. Ela não podia negar que Viktor havia sido uma presença reconfortante durante aqueles dias de fuga, mas isso não tornava sua situação menos angustiante.
Sentada junto à janela da nova pequena cabana onde estavam escondidos, Elise observava os poucos transeuntes caminhando pelas ruas de pedra. A cidade parecia seguir seu curso normal, alheia ao fato de que a rainha desaparecida estava ali, entre eles. O anonimato lhe servia de escudo, mas por quanto tempo?
— Eles não vão parar, não é? — murmurou ela, os olhos fixos na névoa.
Viktor, que estava afivelando sua bota perto da porta, levantou o olhar. Seu semblante carregava a firmeza de alguém que já sabia a resposta.
— Não. Mas nós também não vamos facilitar para eles. — Ele se levantou e se aproximou, apoiando