A noite caía sobre a cidade como um véu denso e sombrio, envolvendo os becos e ruas de paralelepípedos em uma penumbra quase fantasmagórica. Na cabana afastada onde Elise e Viktor se refugiavam, o silêncio era quebrado apenas pelo crepitar da lareira e pelo som distante do vento zunindo entre as árvores.
Elise sentia o peso dos últimos dias sobre os ombros. A tensão das buscas, o medo constante de ser encontrada e a incerteza do futuro pairavam sobre ela como um fardo invisível, era infantil pensar que somente com a fuga ela iria ter paz.
Sentada em uma cadeira de madeira próxima à lareira, ela observava Viktor, que limpava a lâmina de sua adaga com uma concentração meticulosa.
— Eu ainda não entendo… — a voz de Elise rompeu o silêncio. — Por que está se arriscando tanto por mim?
Não fazia sentindo perguntar isso agora, ela sabia. Eles já tinham passado por muita coisa nesses últimos dias e antes disso também, na sua pequena vida antes de ser herdeira da família Delacroix e rainha de