Christian Müller -
O som agudo do choro da minha filha me arrancou de um cochilo leve.
Abri os olhos devagar, piscando para afastar a névoa do cansaço. O quarto ainda estava mergulhado naquela luz fraca, mas agora o ambiente parecia mais denso, carregado. Meus músculos doíam, e a poltrona onde eu estava parecia ainda mais desconfortável do que algumas horas atrás.
Me levantei rapidamente, indo até o bercinho.
Ela chorava com força agora, o rostinho vermelho, os bracinhos agitados em busca de conforto. Peguei-a nos braços, sentindo o corpinho quente e trêmulo contra o meu peito.
— Shhh... calma, minha pequena — murmurei, embalando-a suavemente.
O choro diminuiu um pouco, mas ela ainda se contorcia, inquieta. De repente, ouvi um movimento na cama.
Virei a cabeça e vi Laura se mexendo, despertando aos poucos. Ela piscou algumas vezes, confusa, até que seus olhos encontraram os meus. E, instantaneamente, o gelo entre nós se fez presente novamente.
Ela se sentou na cama com dificuldade, ap