Henrique olhou nos olhos ardentes e sinceros dela, sentindo uma leve coceira na garganta, e virou o rosto para o lado:
- Você está pensando demais.
- Não, você realmente tem sentimentos por mim. - Carolina parecia estar falando tanto para ele quanto para si mesma. - Por que você não admite? Aceite esse sentimento! - Antes que ele pudesse responder, ela continuou. - Eu também tenho sentimentos por você!
Ela não era tola, tinha notado todas as mudanças sutis ao longo dos dias. Ele nunca tinha pensado nessa direção. Neste momento, a reação dele confirmou as suspeitas dela.
Visivelmente descontente, Henrique cruzou as pernas e olhou para Carolina com um olhar gelado:
- São apenas sentimentos aparentes, ainda não podem ser chamados de amor.
Não era amor, aquele sentimento que nos faz perder a razão, aquele sem o qual não podemos viver?
Carolina tocou o nariz e baixou os olhos naturalmente, ocultando um lampejo de incerteza. De perfil, ela parecia um coelhinho ferido:
- Claro que não.