Com movimentos lentos e hesitantes, Marla depositou os documentos à frente de Henrique. Seus olhos evitavam o contato visual, e um rubor avermelhado subia por seu pescoço. O silêncio que se instalou no escritório era denso, carregado de tensão e arrependimento.
Enquanto Henrique se concentrava nos papéis, Marla permaneceu parada, sem saber como agir. A reprimenda severa a havia desestabilizado completamente. A certeza que tinha de poder manipular Henrique havia se desfeito em pó.
Lentamente, quase sem fazer barulho, Marla se afastou da mesa e recuou alguns passos. Sua mente fervilhava com pensamentos confusos e a vergonha a consumia por dentro. Ela percebeu o quão longe havia ido em sua ousadia e o quanto havia desrespeitado o luto e o casamento de seu chefe.
-- Com sua licença, Sr. Mancini. Se precisar de algo, estarei na minha mesa -- disse Marla, a voz ainda trêmula.
Henrique sequer levantou os olhos dos documentos. Um aceno de cabeça foi sua única resposta. Marla se retiro