Mairi segurou Dorothea pelos braços e a ajudou a descer as escadas.
A jovem trajava um vestido quente de lã cinza, que era a mais confortável de suas vestes e também a que mais a protegia contra o vento frio. Desta forma, não se importava que não lhe caísse bem a cor, tampouco se sentia amedrontada pelo olhar de desagrado que alguns dos servos do palácio lhe deram enquanto cruzava por eles (provavelmente não gostando da maneira com que a nova lady se portava). Além disso, era a primeira vez na semana que o sol aparecia sem nuvens, e queria aproveitar. Já a outra mulher, que a acompanhava, se recusara a tirar a camisola, mas aceitara de bom grado descer para o jardim.
— O sol vai lhe fazer bem – disse Mairi.
— Sol? Não posso tomar sol. Minha pele sempre foi perfeita, e não quero que fique estragada como a dos plebeus.
Mairi revirou os olhos, mas quase riu. Estranhamente, o fato de ser mãe estava lhe dando uma paciência sem limites. Cruzaram o grande salão de entrada e foram para fora.