Sila
Solto um resmungo baixo, seguido de um gemido mais baixo ainda e por fim abro uma brecha de olhos, encontrando os primeiros raios de sol que já começam a invadir o meu quarto. Aturdida, olho para o relógio em cima do criado mudo e constato o quanto ainda é cedo. Contudo, ao me virar em cima da cama para voltar a dormir, o encontro dormindo do meu lado. Curiosamente Murat está encolhido em um canto da cama e as suas mãos estão presas entre as suas pernas, provavelmente para evitar de me tocar.
Entretanto estou me perguntando quando exatamente ele invadiu o meu quarto e se deitou na minha cama.
No entanto, ao erguer os meus olhos fico presa a sua imagem séria, sofrida e um tanto rígida. Alguns fios dos seus cabelos negros estão caídos na sua testa. Os seus olhos adornados por um par de sobrancelhas cheias e igualmente negras estão fechados de modo apertado, aprisionando-o em um sono profundo e a sua boca…
Suspiro quando paro em sua boca.
Ela está levemente aberta e o ar morno passa