Irina
Eu estava no escritório do andar superior da mansão, os dedos tamborilando no braço da poltrona enquanto encarava a tela do celular. Cada respiração parecia insuficiente para segurar o nó de raiva que estava preso na minha garganta. Dimitri tinha acabado de me ligar, explicando o que tinha acontecido com uma calma que só serviu para aumentar minha fúria.
— Pietro deu instruções, e nós seguimos, senhora Irina — ele disse, com aquela voz servil que sempre me irritava.
A audácia. Dimitri e os outros sabiam muito bem quem era a pessoa no comando aqui. E não era Pietro. Mas, aparentemente, meu adorável marido tinha encontrado uma maneira de se meter onde não devia.
Eu desliguei a chamada na cara de Dimitri, incapaz de ouvir mais uma palavra sequer. Meu corpo fervia, e eu não conseguia me sentar quieta. Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro, os saltos batendo no chão com força.
— Irina, você vai furar o chão desse jeito. — A voz preguiçosa de Eva veio do sofá.
Eu me vi