Pietro
Eu gostaria de dizer que muita coisa mudou depois daquele incidente, mas esse não foi o caso. Na verdade, Irina apenas fingiu que nada tinha acontecido enquanto me ignorava e depois de dois dias, chegou o momento de voltarmos para casa. Bom, para a casa dela, pelo menos.
Eu sabia que o meu casamento com a Irina seria diferente, mas no fim das contas eu não fazia a menor ideia de que o pai dela, Ivan, me faria parte de sua família, no lugar de deixar sua filha morar na Itália — como era o costume após um casamento do gênero —, já que o intuito era não ofender os Luzhin depois do que eu “fiz”. Thomas aceitou todos os pedidos de Ivan, incluso, aquele onde eu seria jogado na Rússia, contando só com a minha própria sorte e a família da minha esposa, que obviamente me odiava.
Se eu pudesse definir minha chegada à Rússia em uma palavra, seria: humilhação.
Quando a lua de mel acabou — ou, melhor dizendo, quando Irina decidiu que era hora de voltar —, eu me senti estranhamente aliviado.