Ao ouvir aquelas palavras, os olhos da minha mãe se dilataram. Ela ficou paralisada.
Tentou forçar a mente a reconstituir a cena do acidente. Franziu a testa, falando com firmeza:
— Isso é impossível. Ela caiu na mina junto com a Linda. A Linda já teve alta faz dias. O que poderia ter acontecido com ela? Não pensem que não percebo os joguinhos dela! Tudo não passa de manha para chamar minha atenção – mais uma tentativa patética de competir com a irmã pelo nosso afeto!
— Aviso logo: parem de fingir drama! Não defendam mais essa filha ingrata que abandonou a família!
A jovem Curandeira suspirou fundo. Sua voz carregava cansaço e um último apelo:
— Curandeira-Chefe, não estou mentindo… Se duvida, vá até a sala mortuária e veja com seus próprios olhos.
O semblante da minha mãe, por fim, vacilou. Ela começou a andar de um lado para o outro, os passos duros, murmurando:
— Isso é loucura... Vocês estão todos loucos! Como se atrevem a inventar algo assim?!
Sem esperar mais uma palavra, desligo