Kael passava dias inquieto, os sentidos aguçados demais, o cheiro de flor de laranjeira impregnado em sua mente. Ele se pegava distraído, vagando pela cidade sem perceber, até se dar conta de que estava perto da casa dos Alencar. O reconhecimento o atingia como um soco no estômago, e irritado consigo mesmo, forçava-se a se afastar. Ricardo percebeu.
— De novo, Kael?Kael trincou o maxilar, sem responder.— Você pode tentar lutar contra isso o quanto quiser, mas não adianta. Seu lobo já decidiu.— Eu não vou ceder. — Kael rosnou, a fúria mascarando o conflito interno que queimava dentro dele. Ricardo cruzou os braços, exasperado.— Então continue se enganando, mas não venha reclamar quando isso explodir na sua cara.Enquanto isso, Camélia vivia sua própria tortura. Não importava o quanto tentasse ignorar, a presença de Kael era como um fantasma ao seu redor. O cheiro dele parecia assombrá-la, e a marca em seu pulso pulsava c