Ao vê-la se afastar, Henri sentiu o peito arder. Fechou o punho com força e o levou à boca, mordendo-o, como se aquele gesto pudesse conter a raiva e o desespero que o dominavam. Queria desaparecer dali, sumir de uma vez por todas, mas sabia que não podia, não enquanto Catarina ainda estivesse nas mãos de Tom.
Inspirou fundo, tentando se recompor, quando ouviu passos ecoando pelo corredor. Levantou o olhar e viu o sócio se aproximando, com o sorriso satisfeito estampado no rosto e a autoconfiança de sempre no andar.
— Ora, ora… — disse Tom, ajeitando o paletó com um ar triunfante. — Enfim, a nossa noite chegou, meu amigo.
Aproximou-se ainda mais e pousou a mão sobre o ombro de Henri, em um gesto que soou mais provocação do que camaradagem. Henri permaneceu imóvel, com os maxilares travados, enquanto o ódio e a frustração se misturavam dentro dele.
— Sim, tudo parece estar perfeito — respondeu, forçando um sorriso e tentando disfarçar o tremor na voz.
O olhar, no entanto, o traía. Por