Brincadeira sem graça

Quando foi para a sala, o coração ainda batia acelerado no peito, encontrou os pais e a irmã já à sua espera. Sentiu todos os olhares se voltarem para ela de uma vez, atentos demais, como se enxergassem algo que ela tentava esconder.

— Bom dia — saudou, tentando sorrir com naturalidade.

Mas ninguém respondeu nada.

— O que foi, gente?

Os três continuaram a encará-la por alguns segundos, como se estivessem decifrando algo.

— Você não conseguiu dormir direito essa noite? — Denise perguntou, se aproximando com o olhar atento.

— Por que está perguntando isso? — Ela retrucou, engolindo em seco.

— Seus olhos, querida… estão vermelhos, fundos. Parecem cansados — disse a mãe, tocando levemente seu rosto.

— Sério? — tentou rir, mas soou forçado.

— Estão mesmo. — Elisa se aproximou, franzindo o cenho enquanto a observava com mais atenção. — E você está… diferente hoje.

Começou a andar ao redor da irmã, como quem procurava pistas. O olhar curioso se misturava a uma pontinha de provocação.

— Elisa
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