Sean Black
O celular vibra na minha mão. O nome acende na tela como se fosse dinamite: “Ângela”.
Atendo sem pensar.
— Alô?
— Alexandra? — a voz feminina é firme, madura, carregada de algo que não sei se é ternura ou julgamento.
— Não. — minha resposta sai seca, quase um tiro. — Aqui é Sean. O namorado dela.
Há uma pausa do outro lado. Quase consigo ouvir o sorriso contido.
— Namorado? Que curioso… Alexandra esteve aqui recentemente. Não mencionou nada. Para mim, minha filha só tem tempo para trabalhar.
Olho de relance para Alex. Ela fica pálida, os lábios se entreabrem sem som.
Ângela continua, cada palavra medida:
— Ah, claro… você é o chefe dela, não é? Enfim, gostaria de falar com a minha filha.
Seguro o volante da conversa com a mesma firmeza que faria num ringue.
— Em breve tudo estará esclarecido, dona Ângela. Vai ser um prazer conhecê-la. Pretendo organizar com Alex uma visita.
Do outro lado, um riso baixo. Não de alegria, mas de ironia.
— Não será necessário. Em breve nos enco