Sean Black
— Meu amor… o que está acontecendo com você? — sussurro, sentindo seus lábios brancos e as mãos geladas denunciarem o óbvio: ela não está nada bem.
Subo as escadas carregando-a. No quarto, deito Alexandra com cuidado, tiro seus sapatos, afrouxo o blazer, solto seus cabelos e retiro os óculos. Faço de tudo para que fique confortável, mas por dentro estou em frangalhos. Puxo uma cadeira, me sento ao lado da cama e seguro sua mão.
Alguns minutos depois, ela desperta. Eu estou com a cabeça baixa, os dedos enterrados no cabelo.
— Sean… — a voz dela é quase um sopro. — Não tá dando certo. A gente só briga e transa… transa e briga. — Ela se ergue um pouco, o olhar perdido. — Vou para meu apartamento. Talvez assim a gente consiga respirar sem se intoxicar um do outro. Estou exausta, Sean. Meu corpo não aguenta mais.
Levanto o rosto, os olhos ardendo. Me ajoelho aos pés da cama.
— Amor… isso não é uma possibilidade. Te ver assim, esgotada, é pior do que qualquer conflito. Você pode