Sean Black
Maldita ruiva.
Ela não se cansa de me provocar?
Passo a mão pelos cabelos, tentando controlar a raiva que insiste em ferver sob a pele, enquanto caminho logo atrás dela. São quase sete da noite. A empresa está quase deserta, restando apenas alguns rostos pálidos da controladoria e da contabilidade, enterrados no fechamento mensal. Mas nenhum deles ousa levantar os olhos — todos sabem que aquele corredor está carregado de dinamite.
Abro a porta da minha sala e faço um gesto para que ela entre. Alexandra se arrasta até a cadeira à minha frente e se deixa cair como quem carrega o peso do mundo. Retira os óculos, leva a mão à cabeça.
Eu, por outro lado, tiro o paletó, solto a gravata, dobro as mangas até os cotovelos. A sensação é quase de estar me preparando para uma luta de boxe.
Sento na beira da mesa, perto dela. Minha voz sai baixa, mas carregada:
— Vai, Alexandra. Desfia esse rosário. Me diz o que você quer de mim.
Ela me encara, exausta, mas firme.
— Você foge de mim, nã