Sebastian Morcelli
A nova mensagem acende a tela como um incômodo, mas não abro de imediato.
Prefiro continuar observando pela janela do meu escritório o corpo de Eleonora, brilhando sob o sol, depois do seu banho de piscina.
Luxo domesticado.
Um belo enfeite.
Útil.
Mas não urgente.
Volto para o dossiê aberto sobre a mesa. Ali estão todas as migalhas de pão que eu fiz questão de seguir.
“Assalto seguido de morte”, dizem os jornais.
Diretor financeiro da Black, executado numa saidinha de banco.
Conveniente demais. Burra demais, a narrativa oficial, mas a verdade, pelo tempo que já se passou seria impossível de provar.
A viúva ruiva dondoca de salão passa a viver com esmolas que não pagam nem metade da vida que ela ostentou no Sul.
Gosto disso.
Pessoas desesperadas contam histórias mais interessantes e o dinheiro faz ser, digamos assim, ser detalhista e obstinadas, prossigo — São José dos Campos, volta a morar em uma fazenda, grávida.
Meses depois do luto, nasce a ruivinha.
O detetive d