Sean
As estrelas sempre foram um espetáculo indiferente.
Mas naquela madrugada… pareciam rir de mim.
Cintilavam como um público debochado assistindo o idiota que tropeçou no próprio coração, saindo de um bar feito um fantasma bêbado tentando fingir dignidade.
O vento cortava seco quando subi a rua em direção à casa dos meus pais. Eu mesmo não sabia por que fui parar lá. Talvez porque toda vez que minha vida se desfaz, eu acabo vindo pra esse mausoléu familiar, como se os tijolos antigos pudessem me lembrar quem fui antes de me tornar quem sou.
Três e pouco da manhã.
A casa inteira mergulhada em um silêncio tão pesado que parecia uma sentença. Meus passos ecoaram pelo corredor como se denunciassem um crime. Abri a porta do meu quarto e então… o golpe.
Ela estava lá.
Alexandra.
Deitada de bruços na minha cama, usando uma camisa minha — uma das pretas, largas — e uma calcinha de renda rosa tão ridiculamente delicada que pareceu um insulto à minha sanidade.
O lençol caído revelava as curv