Alex
A casa parece outra quando entro nela sozinha.
Silenciosa demais.
Grande demais.
Aquela mansão que sempre me pareceu acolhedora agora respira como um animal faminto à espreita — e eu sou a presa que escolheu voltar, sozinha, com uma vergonha que pesa como um elefante.
Camila está na varanda, pernas cruzadas, taça de gin brilhando na mão como veneno socialmente aceito.
Ela me olha como quem olha uma amiga…
Ou um acidente de carro que ainda está pegando fogo.
— O que foi aquilo, Alex? — voz baixa, incrédula. — Se você tivesse visto os olhos dele. Eu senti vergonha por você.
Aquilo doeu, mas eu mereço.
Sento-me. Queria pedir um gin. Queria pedir anestesia.
mas… melhor evitar. A noite já rendeu demais e seria parte do meu castigo escutar tudo e sóbria.
Afasto uma cadeira e me sento.
— Eu não disse não, Cami.
— Pior. — ela sorri triste. — Você disse silêncio. E silêncio é o tipo mais cruel de resposta.
Respiro fundo.
Minto.
Ou tento.
— Não é o momento. Tem muita coisa acontecendo. Seb