Sebastian Morcelli
A noite era uma obra-prima. Meu maior espetáculo infame. Cada sorriso, cada brinde, cada sussurro era uma peça calculada no meu tabuleiro. Puta que pariu, era genial. O baile, ostensivamente uma celebração da expansão do grupo Morcelli e da aliança dos nossos clãs, era, na verdade, o palco perfeito para o meu acerto de muitas contas. Desculpa, sou rancoroso!
Desde o primeiro momento em que aquela ruivinha gostosa da Alex Jones pisou neste salão, com aquele vestido preto de seda que parecia um grito silencioso de ousadia – e, admito, a deixava com um ar de tentação elegante que poucas mulheres possuíam, só de pensar me sinto excitado –, eu sabia que ela seria o meu peixe mais difícil de pescar. Reconheço sua astúcia disfarçada de ingenuidade; isso cola com o otário do Sean, mas comigo, é claro que não! Com certeza, a isca mais valiosa, o calcanhar do poderoso. Aqueles ombros nus, a forma como o tecido fluía, o brilho nos olhos dela, me diziam que ela era mais do que