Narradora
Duas semanas depois...
Os dias haviam se arrastado lentamente, um após o outro, como se o tempo tivesse decidido testar a paciência e a fé de todos ao redor. O diagnóstico oficial veio na tarde do mesmo dia em que Thomas deu entrada no hospital. A queda violenta, resultado de sua tentativa desesperada de tirar a própria vida, causara um traumatismo craniano. Os médicos foram enfáticos: era um milagre ele ainda estar vivo.
Apesar disso, o prognóstico estava longe de ser reconfortante. Havia um risco real de sequelas permanentes. Ainda que os medicamentos que o mantinham em coma induzido tivessem sido suspensos quatro dias atrás, Thomas permanecia desacordado, como se sua alma ainda não estivesse pronta para retornar à realidade.
Emma esteve no hospital todos os dias desde então. Após o fim de seu turno na empresa, ela seguia direto para lá. Ela e Giulia haviam combinado uma rotina de revezamento, cada uma assumindo uma noite ao lado de Thomas. Os últimos dias tinham sido sufo