Emma
~~••~~
Uma semana depois.
O silêncio que precede uma explosão sempre tem um gosto metálico no ar. Thomas está à minha frente, olhos faiscando, mandíbula cerrada, pronto para cuspir fogo. São exatas 09h42 de uma terça-feira chuvosa, e estamos no escritório dele, presos no olho de um furacão de vozes elevadas e farpas afiadas.
O motivo?
A maldita cerimônia de casamento.
Para mim, isso é um teatro barato, um espetáculo patético para os tolos que acreditam em finais felizes. Para ele, é uma peça essencial no grande jogo de manipulação que ele acha que controla.
— Eu só quero que você tenha o casamento dos seus sonhos, Emma. — A voz dele sai entre dentes, carregada de uma fúria contida.
— Então você vai continuar solteiro, porque eu nunca quis me casar. — Ironizo, deixando minha própria raiva se infiltrar no tom.
Os olhos dele se estreitam, escuros como tempestade. Raiva. Ódio. Ressentimento. Sei lá, talvez um misto dos três. O que importa é que ele quer me dobrar. Quer me ver ceder.