Evan Médici
O silêncio da cobertura era denso.
Tão denso que eu podia ouvir meus próprios pensamentos, mesmo tentando calá-los com música clássica no sistema de som embutido. Algo de Chopin tocava suavemente ao fundo, mas nem as notas mais melancólicas eram capazes de silenciar o caos que começava a se instalar dentro de mim.
Percorri o corredor da ala leste em passos lentos, a luz do entardecer derramando-se sobre o chão de mármore, pintando sombras pelas paredes. No espelho que ladeava a entrada da sala, vi meu reflexo: terno preto sob medida, camisa branca com os dois primeiros botões abertos, sem gravata, sem amarras.
Elegância calculada, como tudo na minha vida.
— Controle. — murmurei para mim mesmo, ajeitando o punho da camisa.
Essa palavra era um mantra. Sempre foi.
Desde os vinte anos, quando me formei em Harvard e decidi me unir a meus melhores amigos e construir o meu império. Poderia ter herdado as empresas da minha família, mas não quero nada que venha dos meus pais. Uma c