A fachada do pub brilhava com luzes de neon em tons púrpura e âmbar, refletindo sobre a calçada ainda úmida pela chuva do fim da tarde. Lá dentro, o som grave do baixo vibrava como um coração pulsando forte demais, misturado ao zumbido das conversas animadas, gargalhadas escancaradas e o tilintar de copos.
O nome do lugar, The Velvet Hour, cintilava sobre a entrada como uma promessa não dita: uma trégua. Um espaço entre o que pesa e o que liberta.
Era sexta-feira à noite. E eu precisava mais do que nunca de uma pausa.
Escolhi uma mesa ao fundo, meio escondida, meio estrategicamente posicionada. Usava um vestido preto justo, de alças finas, com um decote discreto nas costas. Clássico, provocante sem esforço. Prendi o cabelo num coque meio torto, algo entre “não me importo” e “olha o que você está perdendo”.
Pedi um cosmopolitan antes mesmo de sentar. E quando o copo chegou, segurei-o como se fosse um escudo. Um brinde silencioso à confusão que era minha cabeça.
Poucos minutos depois, N