O silêncio no hall principal da mansão de Clarice tinha peso de chumbo. Quadros de molduras douradas observavam do alto, imóveis, enquanto a tensão humana fervia no nível do chão: passos contidos, punhos cerrados, respirações medidas na marra. O relógio sobre a lareira marcava o tempo com crueldade como se zombasse de cada segundo perdido. Então, o estrondo metálico de um toque de celular rachou o ar. Todos viraram a cabeça ao mesmo tempo.
Matteo levou a mão ao bolso com um reflexo treinado. Ao ver o nome piscando na tela atendeu antes no segundo toque, sua voz saiu baixa e urgente, como se temesse espantar a informação.
— Kimimaro?
Do outro lado, o som do teclado parecia chuva em telhado de zi