Nicole Brown
Não sei ao certo como consegui chegar à casa de Irina. Minha mente estava um borrão, como se tudo tivesse perdido a cor. Saí de casa de forma tão abrupta que nem percebi a chave caindo no assoalho do carro, nem o som metálico que ecoou no silêncio da rua. Dirigi quase no automático, com o coração batendo descompassado, cada pulsar doendo no peito.
O ar parecia mais denso, pesado, como se a atmosfera quisesse me esmagar. As luzes da cidade passavam como vultos na minha visão turva pelas lágrimas. Eu estava magoada, confusa… e, acima de tudo, com medo. Medo de ter dito coisas que não poderiam ser retiradas. Medo de ter ferido mais do que já estava ferido.
No fundo, por mais que tentasse negar, Pablo ti