Assim que a tela escureceu, fiquei ali. Deitada no meio do quarto. Nua, ofegante, trêmula.
O camarim ainda cheirava a lavanda e suor.
O silêncio foi a primeira coisa que me atingiu. Um silêncio que parecia rugir nos meus ouvidos, tão ensurdecedor quanto o som dos próprios batimentos do meu coração, que martelava dentro do peito como se fosse explodir a qualquer instante.
Levei as mãos até o rosto, puxando o cabelo para trás, sentindo a pele arder. Minhas bochechas queimavam. Minha respiração continuava falha, descompassada, como se meu corpo não aceitasse que tudo aquilo… acabou.
Mas, na verdade, nada tinha acabado.
Algo tinha começado. Algo que eu não sabia nomear. Mas que me tomava inteira.
Continuei deitada no chão, com as pernas abertas, o corpo ainda latejando, implorando por alívio. Fechei os olhos, e, sem perceber, mordi o lábio com força. Minhas mãos desceram lentamente até o ventre, e dali, mais abaixo, onde o desejo pulsava, quente, úmido, desesperado.
Mas não me toquei. As