Natalia Johnson
Eu estava em êxtase. Aquela seria minha primeira festa da escola, uma coisa tão simples para tantas garotas, mas tão grandiosa para mim. Meu pai, sempre tão controlador, fazia de tudo para me manter longe do mundo. Tentativas da minha mãe de me proteger e equilibrar a casa terminavam invariavelmente em discussões. No fim, acostumei-me a não pedir mais nada. Aceitava o silêncio, a reclusão, como forma de manter a paz.
Mas havia em mim uma sede pela liberdade. E eu encontrava formas de escapar, mesmo que por breves momentos. Saía da escola mais cedo, fingia estudar na biblioteca e corria para encontrar Henrico.
Henrico era... especial. Tinha cabelos grisalhos prematuros, olhos castanhos, um corpo que denunciava s