Tinha ido reservar um lugar para poder ficar com a minha Loira depois do show. Tinha saído do recinto principal há alguns minutos para resolver uma coisa pessoal. Queria surpreender a Irina depois do show. Algo simples, mas significativo. Reservei uma área mais isolada, com uma vista privilegiada da praia e algumas garrafas de vinho branco, do tipo que ela gosta, e uma playlist suave. Não era o tipo de coisa que eu fazia. Nunca fui romântico. Eu era o cara do desejo, da intensidade, do prazer cru e nada além disso. Mas com Irina… tudo estava mudando. Ela me desconcertava.
E isso era assustador pra caralho.
Foi o Matteo quem me deu umas dicas. Ele achou graça quando eu perguntei como se organizava uma surpresa “bonita”, como ele disse. Disse que eu parecia um adolescente apaixonado. Talvez eu estivesse mesmo. Só que não era um amorzinho leve de filmes com final feliz. Era um desejo visceral de manter Irina por perto, de fazê-la entender que ela era a única mulher com poder sobre mim.