Capítulo 14 — Quando o Jogo Sangra
O ataque não veio com aviso.
Veio disfarçado de normalidade.
Na manhã seguinte à reunião, Lara acordou com a sensação de que algo estava errado antes mesmo de abrir os olhos. Não foi um pesadelo — foi instinto. Um peso no peito, como se o ar estivesse mais denso dentro da mansão.
Levantou-se devagar, atravessou o quarto e afastou ligeiramente a cortina. O jardim estava impecável, verde, silencioso. Demasiado silencioso.
Quando saiu para o corredor, encontrou Helena, a governanta, pálida.
— Dona Lara… — começou, hesitante. — O senhor Rafael pediu que não saísse do piso hoje.
— Porquê?
— Houve… um incidente.
O coração de Lara disparou.
— Com quem?
Helena engoliu em seco.
— No hospital.
Lara não esperou mais. Correu escadas abaixo, ignorando o empregado que tentou detê-la. Rafael estava no hall, de telemóvel na mão, expressão fechada, perigosa.
— O que aconteceu à minha mãe? — perguntou, a voz já a tremer.
Rafael levantou o olhar de imediato.
— Está viv