27. Sangue na Escada
Gregório Montreal
No escritório
— Essa mulher é maravilhosa, afilhado. Ela é ideal para nossos planos contra o Garcia — diz Estevão, entusiasmado, sentado no sofá de dois lugares à frente da mesa onde analiso alguns documentos.
— Não, padrinho! Encontraremos outra alternativa, mas a Brenda nunca participará de algo tão perigoso assim — respondo, nervoso, sem levantar muito os olhos.
— Então, o que pretende fazer? Porque é isso ou corremos o risco de acabar atrás das grades — retruca Estevão, seco.
Antes que eu possa responder, a porta se abre bruscamente.
— Podem deixar que hoje mesmo eu cuido disso — diz Cristóvão, com um tom sarcástico na voz.
— Onde você estava metido, Cristóvão? E, além disso, o que ainda faz nesta casa? — o analiso, desconfiado. — O que aconteceu com a sua boca? Isso é uma mordida?
Cristóvão leva a mão à boca e responde com desdém:
— Não foi nada demais. Só problemas domésticos.
Eu e meu padrinho trocamos olhares de desconfiança. Cristóvão aprontou algu