GregórioOlho para a porta e não acredito no que vejo... parada diante de mim está ela. A assassina. A psicopata. Carmen, sorridente e soberba como sempre. O que não consigo entender é como ainda está solta depois de confessar todas as suas monstruosidades. Será que a gravação falhou e ninguém conseguiu ouvir sua confissão? Ou talvez algo tenha acontecido com meu celular e ele não chegou às mãos do Rubens?Ainda absorto em meus pensamentos, observo atentamente seus passos na minha direção. Ela tenta se aproximar da cama onde estou sentado, mas seguro firme seu braço e a encaro com fúria.— O que faz aqui, Carmen? Você deveria estar atrás das grades de uma penitenciária de segurança máxima. Ordinária! Psicopata! — grito, apertando com força seu braço. Ela se solta rapidamente e se afasta.— Filho, por favor... acalme-se. Isso não faz bem à sua recuperação — diz meu pai, aproximando-se e afastando Carmen de mim.— É isso mesmo que você deseja para a mulher que foi sua esposa por tantos
"Sou apenas um pedaço de confusão e desespero."Gregório — No HospitalCarmem cospe seu veneno e sai tranquilamente, batendo a porta com força. Meu sangue ferve, e fico completamente fora de mim ao ouvir o que aquela desgraçada acaba de dizer. Minha vontade é sair correndo deste hospital, ir direto à delegacia e resgatar Brenda, custe o que custar.Exijo explicações do meu pai, mas, antes que ele diga qualquer coisa, a porta se abre e ouço a voz de Rubens. Olho em sua direção e disparo, completamente sem paciência:— Que porra é essa que a maldita da Carmem acaba de me contar toda satisfeita? Até quando vocês pretendem esconder de mim que a Brenda está presa? Respondam! — grito, alternando o olhar entre meu pai e Rubens.Tento me levantar da cama, mas a dor nas costas me impede de dar um passo sequer.— Calma, Gregório! Nervosismo agora não ajuda em absolutamente nada. Você ainda está em recuperação depois de tudo o que passou, meu amigo. Pode ficar tranquilo que eu vou te explicar tu
Brenda Ortiz - Na DelegaciaAs horas passam rapidamente e, com elas, meu tempo e minha esperança de sair dessa situação diminuem cada vez mais. Tenho exatamente seis dias para deixar esta delegacia, mas continuo na mesma condição, sem nenhuma expectativa de absolutamente nada.Muitas vezes, sinto o desespero se apossar do meu corpo e da minha mente, sem controle. A angústia e o medo de não conseguir sair daqui tentam, a todo custo, invadir meu coração. Seguro a foto da minha filha nas mãos e, a cada olhar, percebo o quanto preciso recuperar minha liberdade. Há muitos que precisam de mim e também sentem minha falta. Entre eles, minha filha... e o amor da minha vida.Lágrimas escorrem sem controle pelo meu rosto, e a dor profunda da solidão me sufoca ao lembrar do Gregório.— Ai, meu amor... Como sinto sua falta. Como eu desejaria que tudo isso não passasse de um pesadelo e que, a qualquer momento, eu pudesse despertar e notar que estou em teus braços novamente — murmuro, chorando.Não
Brenda Ortiz - No Hospital A enfermeira termina o atendimento e se afasta para cuidar de outros pacientes. Sei que meu tempo neste hospital é mínimo. Provavelmente, em poucas horas, estarei de volta à prisão. Mas eu não posso voltar... Não posso. Preciso encontrar uma forma de fugir. Antes, jamais cogitaria essa possibilidade, mas agora não se trata apenas de mim — é sobre o meu filho. E eu nunca permitirei que meu anjinho, fruto do amor entre Gregório e eu, nasça dentro de uma cela... Eu não vou deixar.Olho para o lado e vejo que a enfermeira está de costas. A porta permanece fechada, e então começo a gritar por socorro.— Ai... Ai... Ai... Que dor! Por favor, alguém me ajuda! — grito, desesperada.A enfermeira se aproxima rapidamente. Em seguida, a porta se abre, e um dos policiais entra para averiguar o que está acontecendo.— O que houve? — pergunta a enfermeira.— Estou com muita dor nas costas e na cabeça. Está insuportável. Me ajuda, por favor... Eu não sei o que fazer — digo
GregórioAinda no hospital — momentos antes da fuga de Brenda.Olho para a parede à frente da cama e vejo que os malditos ponteiros do relógio parecem parados, como se tivessem esquecido sua função. É impressionante como o tempo simplesmente congela. Fui forçado a voltar para este quarto e agora espero, em agonia, o momento certo para fugir daqui.— Maldição... — esbravejo mentalmente.Sou livre diante da justiça graças ao habeas corpus que Rubens conseguiu com o juiz. Paguei a fiança e conquistei a liberdade, mas neste instante, me sinto mais preso do que nunca. Fico aqui, parado, com o celular nas mãos, revivendo lembranças ao lado da Brenda, memórias que parecem distantes, dolorosas, e que me dilaceram por dentro.Lágrimas insistem em surgir nos meus olhos, e a angústia tenta, a todo custo, tomar conta de mim. Mas não posso fraquejar... Não posso! Minha Brenda precisa de mim. E eu preciso dela. Mais do que nunca, preciso sair deste lugar.Fecho a tela do celular e o guardo no bolso
GregórioMinutos antes de sair do hospitalRespiro fundo, pedindo em pensamento aos céus que tudo comece a dar certo para todos nós. Não suporto mais estar nessa situação tão complicada, preso e sem ação. Meu pai se levanta e vai conversar com Pittore para acertar nossa saída. Volto meu olhar para a minha mão, aperto o botão do celular e atendo a ligação imediatamente.— Alô! Alguma notícia, Rubens? — pergunto, direto.— Acabamos de chegar na casa de repouso. Mas o horário de visitas terminou. Agora, só na segunda-feira — responde Rubens.— Que merda! Até parece que esse sujeito foi engolido pela terra — reclamo, nervoso e angustiado.— Acalme-se! Nada está perdido. Hoje é domingo, e vamos pernoitar aqui em Niterói. Mas já confirmamos: o João realmente vem sempre visitar uma senhora aqui — explica, tentando me tranquilizar.— Como conseguiram isso se não sabem o sobrenome dele nem o nome da mulher? — pergunto, confuso.— Já te disse que todos estamos unidos pra ajudar você e a Brenda.
Gregório — Eu te amo... Te amo muito, meu amor... Que saudade de você... Como senti sua falta... Tive tanto medo de te perder... Se algo te acontecesse, eu morreria junto. — ela diz entre beijos, lágrimas e um sorriso que me traz uma paz sem explicação.— Eu também te amo... Você não imagina como senti sua falta... Todo esse tempo só penso em você, meu amor... Mas por que fez isso? Por que se arriscou desse jeito? — pergunto enquanto beijo seu pescoço e vou abrindo os botões da sua blusa. Acaricio seus seios e ela solta um gemido no meu ouvido.— Que saudade do seu toque, dos seus beijos... De sentir sua boca percorrendo todo o meu corpo... — ela sussurra, segurando meu cabelo. Solto um gemido de dor ao flexionar a coluna.— Ah... Maldição! — grito, voltando à posição inicial e mantendo a coluna reta.— Meu amor! O que houve? Está com dor? — ela pergunta, assustada, tocando minhas costas.— Esse maldito ferimento ainda dói demais. O médico diz que preciso ficar de repouso, usar colet
BrendaEu mal consigo acreditar que isso está realmente acontecendo. Estou de novo ao lado do meu amor. Horas atrás, luto para sobreviver e salvar meu filho de um destino trágico. E agora, aqui estou, tomando um banho delicioso com o homem mais gostoso que existe nessa terra — e que, para minha sorte, me ama tanto quanto, ou talvez até mais do que eu o amo.Infelizmente, não podemos fazer amor porque o ferimento do Greg ainda não cicatriza por completo, e ele precisa de muito repouso. Mas nada nos impede de trocar carinhos dentro da banheira. Entre beijos, toques e muito amor, ele, como sempre, me leva à loucura. Preocupado comigo e com meu prazer, ele se dedica inteiramente a me satisfazer. Sem medir esforços, me leva ao auge diversas vezes ali mesmo, na banheira. Eu o amo. O desejo. E isso é mais do que evidente. Não tenho e nunca mais terei motivos para esconder esse sentimento. Nosso amor é único — e agora, com a chegada do nosso pacotinho de amor, está ainda mais fortalecido. Ess