Você empurra a porta do consultório com o coração já acelerado. Faz três meses que não vem. A sala está exatamente igual: luz branca fria, cheiro de álcool e aquele perfume caro que o Dr. Rafael usa, algo amadeirado que gruda na memória. A recepcionista de sempre não está na frente. Em vez dela, atrás do balcão, uma loira nova. Placa no peito: “Bruna – Secretária”.
Ela levanta os olhos verdes gelados pra você e sorri de um jeito que não é profissional. É lento, quase preguiçoso.
— A consulta de hoje é… especial — diz ela, voz baixa, rouca. — O doutor pediu pra eu te levar direto pra sala de exames dois. Sem fila.
Você sente um calor subir pelo pescoço. Bruna se levanta. O jaleco branco está dois números menor que o necessário: abotoado até o meio, os seios quase saltando, mamilos marcados no tecido fino. Cabelos loiros lisos até a cintura, cintura fina, saia lápis preta apertada marcando a bunda redonda, alta, pernas longas dentro de meias 7/8 pretas e salto agulha. Ela pega sua ficha